CEMIG DO AÉCIO PRATICA ASSEDIO MORAL

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retalhações na empresa

PRESSÃO
Retaliações em Uberaba por parte da Cemig
Um mês antes de completar 30 anos de Cemig, o eletricista Roberto Lonato, decidiu se desligar da empresa.
“Não saí porque quis.
Senti pressionado a me retirar”,
resumiu. Lonato trabalhava desde 1997 na Distribuição,
em Uberaba, e garante que estava, praticamente, sem serviço depois que foi isolado numa salinha.
“No máximo, eu fazia o papel de boy”, disse. O trabalhador contou que o supervisor e o engenheiro encarregado pela equipe forçaram a mudança de sala e faziam vigilância permanente sobre ele.
Para Lonato, que é diretor do Sindieletro, a perda de função, do espaço de trabalho e até do computador que usava foi uma retaliação por ter entrado com ação na Justiça cobrando o retorno do adicional de periculosidade retirada a revelia. O clima ficou tão ruim que ele se afastou para realizar tratamento médico. “Eu ainda estava de atestado, pedi o desligamento da empresa e em 15 dias fui dispensado. Espero, com o tempo, esquecer o que passei na Cemig”.
A situação vivida por Roberto Lonato não é exceção na equipe da gerência de Uberaba SD/UR. Há vários relatos de ameaças de demissão e isolamento, além do corte indiscriminado no sobreaviso e na troca da remuneração das horas extras pelo banco de horas de forma não-documentada. Na corrida cega para reverter esse quadro, os trabalhadores contam que as chefias usam a pressão, já até acabaram com a equipe própria de plantão e repassam toda a demanda para as empreiteiras, esvaziando o papel do eletricista do quadro próprio.
O eletricitário Antônio Donato de Paiva relatou que, em 2009, sofreu pressões e ameaças de demissão antes de sair da empresa. Ele aderiu ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e se afastou da Cemig no dia 6 de fevereiro deste ano. “Em Uberaba, a Cemig não tem mais nenhum como trabalhador”, lamentou Donato.
A recusa em participar de uma pesquisa que escolheu o melhor eletricista da equipe também desencadeou transtornos para o eletricitário e diretor do Sindieletro, Samuel Antônio Chaves. Depois de discutir com o encarregado, o eletricitário foi suspenso por oito dias. “Não me eximo da culpa, por ter ficado nervoso, mas não acho que era caso de levar suspensão. Tentei explicar para o gerente, mas as medidas administrativas já estavam prontas e ele não quis ouvir minha versão”.
O gerente de Uberaba SD/UR, Jairo Rodrigues do Amaral, alegou que as medidas disciplinares adotadas nos últimos meses são de sua inteira responsabilidade e “foram analisadas criteriosamente”.
Apesar do impacto da super produtividade no cotidiano da equipe, ele justifica que os eletricitários estão conseguindo atingir as metas “de forma tranqüila e sem pressão”.
Jairo Rodrigues do Amaral negou que as ações na Justiça sejam critério para qualquer análise e sustentout que não há isolamento de trabalhador
em Uberaba. No caso de Samuel Chaves, o gerente disse que não houve perseguição e a suspensão foi adotada em ‘caráter educativo’.
Na avaliação do diretor do Sindieletro, Clóves Fernandes, Samuel recebeu uma punição excessiva dos chefes, que queriam demonstrar força penalizando um trabalhador trabalhador que desponta como uma forte liderança dos eletricitários no Triângulo.
O diretor do Sindieletro na Regional Triângulo, Welington Wilian dos Santos, informou que o Sindicato fez várias intervenções para que os chefes mudassem de conduta, mas os problemas continuam. “Independentemente
do que o gerente diga, os eletricistas sabem que há uma postura de constrangimento e desqualificação do trabalhador, principalmente por parte de supervisores e engenheiros. Falta preparo para liderar equipes em atividades ligadas ao risco elétrico”, avaliou. O Sindieletro levará as denúncias à Justiça do Trabalho e solicitará indenizações por assédio moral, danos morais e materiais aos dois eletricitários que saíram da empresa.
No próximo dia 8, haverá manifestação em frente à Gerência de Serviços de Distribuição de Uberaba (SD/UR) para denunciar a “postura vergonhosa” das chefias à sociedade.

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